Objetivo
- Entender a diversidade como um ganho dentro da redação.
- Estabelecer caminhos para operar com diversidade.
- Apresentar caminhos para tornar o processo seletivo das redações mais diverso.
Referência
O Nexo prevê em seus padrões editoriais a diversidade da redação em relação a raça/cor, gênero, classe social e geografia como pilar fundamental para garantir a produção de um jornalismo de qualidade, plural, que retrate diferentes perspectivas e que esteja em constante diálogo com as grandes questões do mundo contemporâneo. Por isso, o veículo tem aprimorado seus processos de contratação. Entrevistamos a jornalista que atuou em projetos e pesquisas sobre diversidade no jornalismo e hoje é coordenadora de diversidade no Nexo, Camila Silva, para conhecer como tornar os processos seletivos mais inclusivos.
Resultados
- Maior alcance nos conteúdos, uma vez que o público também se vê nas produções
- Maior engajamento da equipe, que se sente mais valorizada
Como medir
> Realize o mapeamento da equipe para identificar quais perfis estão menos representados.
> Estabeleça meta de contratação. Por exemplo: A redação precisa ter “X” quantidade de vagas destinadas a pessoas negras, trans ou portadoras de alguma deficiência até X data.
> Priorize a trajetória social dos candidatos.
Passo a passo
Identifique as necessidades. Escolha um recorte de diversidade que a sua redação precisa (Qual quais grupos de diversidade você gostaria de ter em sua redação. Mulheres, negres, pessoas com deficiência?). Às vezes em sua redação atuam muitas pessoas negras, ou muitas mulheres, mas será que não vale ter em sua equipe pessoas trans, indígenas, pessoas portadoras de alguma deficiência? Entenda por quê, como, quando e onde a diversidade vai ser útil em sua redação. Não se trata só de preencher uma vaga, mas estar aberto a acompanhar as transformações do mundo e da sua própria realidade.
Pesquise sobre. Depois que escolher quais grupos aumentariam a diversidade na sua equipe, pesquise sobre ele. Busque apoio de organizações que trabalham com diversidade para entender se existe alguma adaptação estrutural ou na rotina da redação que você precise fazer para recebê-los.
Prepare sua equipe. É muito importante criar um ambiente realmente acolhedor e inclusivo da forma mais natural possível. Conversar com a sua equipe sobre essa mudança estrutural evita que essas pessoas fiquem isoladas dentro de um ambiente já consolidado.
Fure sua bolha de contato. Sua rede chega em quem você gostaria de ter por perto? É comum as vagas serem preenchidas por indicação. Por isso amplie sua rede de contatos, construindo relacionamento com organizações ou pessoas de influência em determinados grupos de diversidade. Existem grupos que oferecem formação e indicam pessoas de perfis diversos para algumas empresas, como por exemplo Afrotrampos, Indique uma Preta, Transempregos.
Repense seu processo seletivo. Será que faz sentido perguntar se a mulher candidata têm filhos? E o inglês? Quantas vezes essa pessoa precisará realmente falar inglês no trabalho? Faça com que seu processo seletivo não seja excludente. Pense nas qualidades e habilidades que você procura para vaga e não só na formação do candidato.
Não reproduza estereótipos. Não dê à pessoa negra apenas pautas sobre racismo. Ou temas sobre demarcação de terras ao repórter indígena. É importante denunciar, mas essas pessoas também sabem e podem falar sobre tecnologia, política, futebol, entretenimento e etc.