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Como fazer um mapa afetivo para encontrar pautas no território

Tempo de leitura: 3 minutos
Objetivos

. Mapeamento dos atores e necessidades locais de um território

. Identificar as relações dos jornalistas com o território

. Exercitar um outro olhar para a cidade e para as pautas

Referência

O Mapa Afetivo é um instrumento de pesquisa sobre o território e como você o enxerga. Nele, você vai apontar suas vivências, trocas, engajamento e relações. Vai ajudar muito no desenvolvimento das pautas e a perceber necessidades de informação que seu território tem, assim como ideias para distribuir o conteúdo. É uma metodologia que não nasceu na Énois, mas foi usada nas formações da Escola de Jornalismo da Énois, do Prato Firmeza e do programa de Jornalismo e Território. 

Resultados

. Conseguir mapear o quanto de fato sabemos sobre um território ou assunto 

. Perceber as necessidades de informação que seu território tem

. Informações que ajudam a desenvolver estratégias de alcance e distribuição do conteúdo

. Trazer mais engajamento na busca e construção de soluções para problemas locais

Como medir

. Quantidade de pautas atreladas ao exercício do mapa

. Conversas sobre percepção dos repórteres sobre seus territórios

. Mudanças no perfil da produção de pautas 

Passo a passo

Preste atenção. Peça à sua equipe para prestar atenção ao território onde vive, os lugares por onde passa e os sentimentos que esses locais despertam.

Desenho. Depois, peça para cada um pegar uma folha e sinalizar algum ponto como “meu local”. A partir disso, peça para as pessoas desenharem o que está ao redor delas. A dimensão fica a critério de cada um, pode ser o quarteirão, o bairro. O importante é que o mapa afetivo sinalize os principais pontos de referência para ela. Aqui precisa aparecer o território que deseja mapear e, portanto, com o qual quer se comunicar. Para facilitar, deixamos um template aqui pra você. 

Reflexão. Peça para cada um pensar em dez sentimentos e criar símbolos para eles (coletivamente ou em grupos menores). Depois, a equipe transfere esses símbolos para os lugares mapeados no desenho.

Compartilhamento. Cada um deve compartilhar o seu mapa com os demais e responder:

> O que você gosta nos locais mapeados? O que você não gosta?

> Quais são os lugares onde você mais passa seu tempo? Por quê? O que faz lá?

> O que as outras pessoas mais gostam/menos gostam de lá? (percepção)

> Onde você come? Por quê? O que sabe sobre a história desse lugar?

> Quais memórias significativas você tem dos lugares frequentados?

> Como você consegue informações sobre o seu território?

Atenção aos padrões. A partir do que foi dito, preste atenção aos padrões. Por exemplo, todas as emoções positivas podem estar em lugares onde há natureza ou a maior parte das emoções negativas podem estar onde há instituições do Estado. Esse processo fornece pistas do que pode ser pautado no território.

O que surge. Tente responder também o que este mapa fez você perceber que antes não percebia, quais as surpresas encontradas e o que você quer saber mais sobre cada um dos lugares mapeados.

As pessoas. Agora se questionem se vocês conhecem pessoas no território que falam sobre os problemas ou soluções identificadas. Quais são as possíveis fontes? A partir de tudo isso, o que quero escrever sobre meu território? O que os moradores precisam saber e como posso me articular para isso? 

Vulnerabilidades. Procurem enxergar no mapa se no território que existem áreas ainda mais segregadas, vulneráveis. E se questionem como cada um se relaciona com essas zonas.

Materializar. Uma chuva de ideias e possibilidades saíram do exercício anterior e agora é preciso transformar um “tema” em uma “pauta”. Um tema vai nos dar caminhos para várias possibilidades de pautas que vão se materializar em reportagens. E para fazer a escolha correta ou mais estratégica para o momento sobre que pauta realmente tem mais a agregar no território, responder a algumas perguntas norteadoras, pode ajudar:

  1. A partir do que senti ou observei no meu mapa, sobre o que quero escrever em uma reportagem? 
  2. Qual o meu objetivo com essa reportagem?
  3. Para quem estou escrevendo? Quem é o meu público? 
  4. Quais perguntas a reportagem vai responder? E por que respondê-las é importante?
  5. Após uma breve pesquisa sobre o assunto, o que já saiu sobre isso e o que eu vou fazer de diferente?
  6. Que dados tenho sobre o assunto? Quais dados ainda preciso e como posso consegui-los?
  7. Quem são minhas fontes (pessoas ou organizações que entendem muito sobre o assunto)?
  8. Qual a linguagem que vou usar para informar? Texto, foto, vídeo, áudio? Tenho conhecimento técnico para produzir esse material?
  9. Quais serão as etapas da reportagem, o passo a passo do que vou fazer?
  10. E como penso em distribuir o meu conteúdo?
Links

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/educacao-e-cidadania/caderno-da-cidadania/do-mapa-afetivo-ao-jornalismo-de-servico-hiperlocal/

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