Objetivos
- Fortalecer o olhar crítico em relação à diversidade de corpos, especialmente quando retrata corpos gordos e socialmente vulnerabilizados.
- Não reproduzir estereótipos em relação à cobertura dos corpos e combater a gordofobia.
- Reconhece que há outras áreas do conhecimento científico que escolheram acolher as pessoas gordas e produzir um “saber gordo”, a partir e junto dessas pessoas, identificando as falhas de outros campos e promovendo uma nova leitura a respeito do tema.
- Ampliar a distribuição dos conteúdos antigordofobicos.
Referências
A jornalista, mestre e doutora em Comunicação, Agnes Arruda, tem se dedicado a mostrar como a gordofobia age e retroage na vida das pessoas, em especial nos processos de comunicação. Faz a difusão do seu trabalho científico no projeto Tamanho Grande, disponível na web, incluindo suas redes sociais.Ela é autora de “O Peso e a Mídia: as faces da gordofobia” (Alameda, 2021), do infantil “Medusa: a história que não te contaram” (2020) e do “Pequeno Dicionário Antigordofóbico” (Provocare, 2022), e foi um das convidadas do Redação Aberta 32 que discutiu “Como o jornalismo patologiza e discrimina corpos gordos?”.
Resultados
- Maior produção de reportagens e matérias antigordofobicas
- Impacto na forma como as pessoas discutem sobre a multiplicidade dos corpos, a despatologização e acessibilidade de corpos gordos.
- Uma equipe mais acolhedora em relação a multiplicidade dos corpos nas redações
Passo a passo
Para a gestão da redação jornalística:
- Conheça o perfil da equipe e identifique e observe as pessoas gordas, seus comportamentos, formas de agir, de maneira a reconhecer e acolher suas particularidades.
- Não pratique nem promova na redação o fat talk, ou seja, palavras, frases e expressões, usadas por você ou por outras pessoas, individualmente ou em diálogos, de forma negativa em relação ao corpo, peso ou aparência de alguém.
- Colete as práticas antigordofóbicas já existentes, a partir da observação sistematizada da equipe, do diálogo e da análise desse levantamento.
- Questione se a quantidade de espaço destinado à antigordofobia no veículo é suficiente ou se é possível trabalhar mais esse tema no projeto editorial.
- Ofereça a todas as pessoas da equipe as mesmas oportunidades de cobertura, de forma que perfis diversos possam ir para a rua e entrevistar pessoas e aparecer em vídeos, por exemplo.
- Se prepare para acolher relatos de gordofobia sofridos por pessoas da equipe durante o ofício e/ou por colegas de trabalho, tendo ferramentas para sensibilizar a equipe para que esses casos não se repitam.
Para a gestão da empresa jornalística:
- Trace metas para a antigordofobia na redação que vislumbrem também a ampliação de pessoas gordas na equipe. Essas pessoas devem ser devidamente integradas, com apoio emocional e institucional para a realização das pautas e coberturas antigordofóbicas, de forma que esse tema esteja sempre presente no planejamento e nas considerações da empresa.
- Garanta que a infraestrutura física da sua redação também seja acolhedora: as cadeiras comportam confortavelmente o corpo de uma pessoa gorda? Há espaços adequados nos banheiros, cozinha e demais locais compartilhados?
- A infraestrutura também serve para receber as fontes: será que as cadeiras e poltronas do seu estúdio comportam confortavelmente as pessoas gordas? Os figurinistas e estilistas estão preparados para vestir pessoas gordas?
Bônus:
- A prática do jornalismo antigordofóbico se fundamenta na busca por conhecimento, considerando que até meados dos anos 2020 a palavra gordofobia nem existia no dicionário. OU SEJA: ainda tem muita gente que, por ignorância, ainda desconhece o preconceito, suas causas e consequências, por isso pesquise, leia, estude, INFORME-SE!
- As pessoas jornalistas também precisam se familiarizar com novos processos, inclusive refletindo sobre os próprios conceitos de ciência e produção do conhecimento, construídos em territórios de disputa.
- O conhecimento científico também é construído a partir de ideais e ideologias e, no geral, temos acesso apenas àquele que é hegemônico e que, no caso, reproduz valores patriarcais, capitalistas e eurocentrados. Quem estuda o corpo gordo e a gordofobia, também produz conhecimento científico e, há tempos, afirma o quão problemático é o uso de OBESIDADE para se referir às pessoas gordas, assim como o tratamento estereotipado, pejorativo, reducionista e focado em seu corpo, não em seus feitos, personalidades etc. Mais do que na hora de olhar para isso com atenção.
Referências
Livros: “O peso e a mídia: as faces da gordofobia” (Alameda, 2021) e “Pequeno Dicionário Antigordofóbico” (Provocare, 2022), de Agnes Arruda.
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*Foto: Lethicia Galo
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