Objetivos
. Oferecer estratégias de proteção para o jornalista local
. Ampliar práticas de acolhimento e orientação para jornalistas em risco
. Apoiar e fortalecer o jornalismo local
Referência
Lidar com a produção de notícias em cidades pequenas pode ser uma atividade de alto risco, pela proximidade com inimigos e opositores da profissão, além de interesses de políticos ou empresários. No Brasil, os dois jornalistas assassinados em 2020 atuavam em cidades com menos de 100 mil habitantes. O ano passado foi o mais violento para nós desde que a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) começou a monitorar os casos, na década de 1990. Na Diversa, a Énois mostrou que a garantia de proteção aos jornalistas locais é uma questão humanitária, de luta pela liberdade de expressão e também de defesa do jornalismo diverso.
Resultados
. Redução do risco na cobertura local
. Fortalecimento do jornalismo e do jornalista local
. Garantir a sustentabilidade e independência na cobertura local
Como medir
. Redução no número de casos de ataques e intimidações
. Criação de protocolos e estratégias de cuidado
. Ampliação da oferta de apoio jurídico e institucional frente a casos de violações de direitos e ameaças
. Ampliação da segurança digital e em campo dos jornalistas
Passo a passo
Busque apoio jurídico gratuito. Existem alguns serviços de orientação jurídica a jornalistas em situação de ameaça. Um convênio firmado entre Abraji e OAB, por exemplo, dá orientação jurídica básica a jornalistas que se sentem ameaçados ou hostilizados virtualmente. A Artigo 19 oferece apoio jurídico discutindo estratégias, fornecendo materiais, elaborando amicus curiae, entre outros. O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) também oferece apoio jurídico, inclusive com disponibilização de advogadas e advogados.
Relate ameaças a seus editores e colegas de confiança. Certifique-se de que eles conheçam os detalhes da ameaça, incluindo como e quando ela ocorreu. Sindicatos e Federações também devem ser comunicados. Se você é gestora ou gestor, avalie criar um processo de escuta para acolher os medos dos seus profissionais.
Avalie os riscos previamente. Antes de publicar uma reportagem ou ir a campo para apurá-la, é importante mapear os riscos envolvidos na produção. Liste os riscos e como você planeja reagir a eles. Isso dará subsídios para lidar com eles, se preciso for, de maneira mais eficaz. Nenhuma reportagem vale a sua vida. Se a denúncia requer amparo jurídico e institucional, busque um veículo de porte nacional para publicá-la.
Proteja seus dados online. Cada vez mais os jornalistas, sobretudo as mulheres, têm sido vítimas de ataques virtuais, que vão desde ameaças ao doxing (divulgação sem autorização de dados privados de uma pessoa ou organização na internet), exposição de dados privados como documentos de identificação. Por isso, é importante reforçar senhas e proteger os acessos. O CPJ tem uma série de dicas de como fazer isso.
Considere sua saúde mental. É comum ter dificuldade ao tentar lidar com um incidente, ameaça ou ataque grave. Por isso, buscar o apoio de colegas ou aconselhamento desde o início da produção pode ajudar.
Apoie o jornalismo local. A principal forma de fortalecer a produção é apoiar o jornalismo local, garantir a sustentabilidade financeira e independência da galera. Na nossa Caixa de Ferramentas, trazemos dicas de como fazer isso.