Objetivo
- Integrar a chefia da redação à equipe como um todo, com a proposta de que se vejam como parceiros dos outros colaboradores da construção de informação
- Mostrar para a chefia a importância do seu papel no endosso das práticas de diversidade e na definição objetiva das ações
- Apontar as questões estruturais que dificultam a mudança e os ganhos sociais e econômicos de elevar a diversidade para chefias
Referência
Esta é uma metodologia desenvolvida pela Énois ao longo do processo de pesquisa e experimentação na construção do Índice de Diversidade, que, entre outros pontos, aborda como promover a diversidade para chefias.
Resultados
- Mudança de cultura da equipe voltada para a construção de um ambiente de trabalho mais inclusivo
- Melhora na qualidade dos produtos oferecidos e no ambiente de trabalho
- Insumo para tomada de decisões mais práticas e assertivas
Como medir
> Identificar as práticas existentes na redação antes da conversa e sair dela com propostas de novas ações concretas e uma indicação de tempo para colocar em prática
> Colher depoimentos do que os gestores levaram da conversa
Passo a passo
Mostre dados sobre a representatividade. Olhe para a equipe e o que é publicado e contextualize: quem está sub representado? Quem está super representado?
O ideal é fazer um censo antes da conversa de sensibilização da chefia, mas dependendo do tamanho da organização você pode pedir um relatório de quem está na gestão ou fazer uma análise amostral com base no que está na manchete ou nas mais lidas.
Explique por que é um problema que a equipe da redação seja homogênea
Pode parecer óbvio, mas todas as pessoas (geralmente brancas, é verdade) já pararam para refletir sobre isso. No caso dos gestores, costuma ser impactante saber que diversidade é* uma estratégia de negócios e que já foi descoberta em muitos mercados.
A consultoria McKinsey tem o relatório mais citado entre os estrategistas de diversidade e aponta que “equipes executivas de maior diversidade étnica – não só em termos de representação absoluta, mas também de variedade ou mistura de etnias – têm probabilidade 33% maior de superar seus pares em termos de lucratividade”. Exemplo de expansão para periferias:
* de acuracidade
Porque é impossível saber sobre todas as realidades, especialmente as que ficam muito distantes de nós. Podemos apurar, estudar, claro que o conhecimento técnico e intelectual é importantíssimo, mas ter uma bagagem de experiências de vida e conhecimentos sociais é indispensável na definição de valor.
* de proximidade com o público e exercício de papel social
Se não escutarmos o que for feito pelas pessoas que vivem realidades semelhantes, dificilmente conseguiremos nos comunicar, nos conectar aos problemas. Um exemplo é a demora da imprensa em questionar medidas em relação ao transporte público durante a pandemia.
Fale abertamente sobre branquitude. As pessoas brancas tem dificuldade de enxergar a desigualdade racial como estruturante da sociedade. A raiz disso está na percepção prática de que o branco não é raça, o que reforça isso.
Traga dados e estudos. Mostre a desigualdade de fato, para trazer objetividade e tirar a ideologia como o jornalismo pede. Uma forma de mostrar isso é compartilhar dados sobre as desigualdades estruturantes de raça, classe e gênero.
Lembre que o mundo todo está vivendo um momento de mudança estrutural. Especialmente em relação às desigualdades e, nesse caso, o do jornalismo finalmente também. Funcionários de diferentes redações dos EUA estão mandando cartas para os editores pedindo mudanças, como aconteceu com o WSJ, The New York Times, The Philadelphia Inquirer, The Los Angeles Times and Condé Nast.
Aponte exemplos e modelos. Mostre veículos que podem ser referência de ação ou benchmarks.
Links úteis
Relatório McKinsey – “A diversidade como alavanca de performance”, de 2018